quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um diálogo entre Exu e Oxalá (via Formação de Egrégora)

Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

_Como é difícil a humanidade - pensou em certo momento - parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.
_Serei eu o diabo da humanidade? - pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver to
dos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.
oi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

_Laroyê, Senhor Falante.
Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

_Èpa Bàbá - respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

_Noto que está pensativo, amigo Exu - falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.
Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.

_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo - comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.

Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.

_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado - falou Exu - estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.

Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.

_Ouça - disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:

_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.
_E isso não é bom? - perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:
Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.

_Não estão preocupados em discernir o bem do mal - resmungou Exu.

_E você está, Senhor Falante? - tornou Oxalá.

Mais uma vez Exu gargalhou.

_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.

_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?

_Eu conheço os caminhos - respondeu Exu um tanto irritado - para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.

_Pobres homens - repetiu Oxalá.

_Pobres homens - concordou Exu - mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.

_Mas é você o responsável pelo mal? - perguntou Oxalá, admirando o horizonte.
_Sou justo, apenas isso - respondeu Exu.
_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? - tornou o maior dos orixás.

Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:

_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.

_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?

_Imaginei que soubesse disso - respondeu Exu, irônico como sempre.

_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós - e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu - sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.

Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:

_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.

_Quem diria que trabalhamos em harmonia? - disse Exu em meio a um sorriso - acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.

Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:

_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.

_Aonde vai, Senhor Falante? - perguntou Oxalá, como se não soubesse.

_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás - respondeu Exu gargalhando novamente - Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?

Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores.

Texto de  Douglas Fersan

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

MANTER A SINTONIA MENTAL COM A FONTE DO PODER

 A maioria das pessoas que iniciam o processo de auto-cura estão em grande sofrimento, seja ele moral, espiritual ou físico, e comumente se perguntam: Porque EU? Meu Deus porque tenho que passar por isso?
Estou sendo castigado? Foi algo que eu fiz?
Alguns irmãos não obtendo resposta, tentam barganhar com o criador pela cura ou conquista dos seus desejos, como se o Senhor do Universo precisasse de alguma coisa, ou, pior, como se o nosso crescimento espiritual fosse responsabilidade do Pai e por esse motivo ELE deveria atender nossos caprichos, como o gênio da lâmpada, para que dessa forma iniciemos uma tarefa que há muito já devia ter começado.
Lamento informar a quem assim pensa que esse caminho levará a um labirinto sem saída e o afastará cada vez mais daquilo que deseja.
É verdade que ainda não podemos compreender integralmente a vontade do Pai, mas podemos confiar no seu amor e sabedoria, acreditando que tudo na vida tem um objetivo para melhorar e depurar as imperfeições e vícios que carregamos há séculos. 
Compreender essa verdade baseando-se em profundas meditações interiores é um passo importantíssimo, separando os espíritos que estacionam e aqueles que seguem em frente vencendo suas dificuldades e reformando seu interior. 
Lembre-se que o desafio apresentado a você agora não é o primeiro e muito menos o último, a evolução espiritual exigirá sempre superação, coragem, fé e sacrifício.
Alcançar a auto-cura sem acreditar em si mesmo e na infinita bondade do Pai é muito improvável, porque você será defrontado inúmeras vezes por situações que fogem ao seu controle e podem passar uma impressão negativa e de difícil solução, mas onde existe a prece e a CONFIANÇA nessa força superior (FÉ) tudo é possível. 
Os grandes homens e mulheres, verdadeiros luminares da humanidade, sustentaram-se nos momentos mais angustiantes através da fé, acreditando em Deus como o Pai que os ama e protege, mesmo que não pudessem compreender o motivo dos acontecimentos.
Estudar, compreender e viver o amor a Deus, a si próprio e ao próximo é como edificar sua casa sob a pedra que suportará as tempestades que se apresentarão ciclicamente em sua existência.
Aqueles que pedem a proteção de DEUS são de alguma forma amparados em situações aniquiladoras, seriam golpes fatais para sua recuperação, mas são contornados ou atenuados pela infinita misericórdia do Pai. 
Talvez não enxerguemos esse movimento "invisível" de ajuda, mas acreditem, é real.
Somente DEUS pode guiar seus passos nos momentos cruciais, inspirando-o nas escolhas, auxiliando-o no caminho que vai além da cura física, encontrando a felicidade plena, a paz divina e a consciência tranqüila. 
Essa é a vontade DELE, esse é o SEU objetivo, essa é a verdadeira CURA e o real objetivo da sua encarnação.
Podemos achar um pouco estranho as situações que se apresentam, não concordando com o trajeto traçado por DEUS, alguns acabam por não acreditar que o amor pode estar presente em lições que se apresentam tão dolorosas, mas creia que ele possui a sabedoria para a medida correta que nosso despertamento exige. 
A pedra dura exige força muito bruta para perfuração ou lapidação, enquanto a massa maleável recebe os cuidados do artista atencioso e delicado.
A dor física, moral, emocional ou espiritual é um chamado, mostrando que Deus não esqueceu de você, embora muitas vezes nós o tenhamos esquecido. 
No filme O Conde de Monte Cristo o padre lembra ao seu afilhado espiritual de uma grande verdade espiritual: 
"Você pode até não acreditar NELE (DEUS), mas ELE NUNCA DEIXARÁ DE ACREDITAR em você". 
Nosso Pai sempre espera o melhor de você, até o último instante, e mesmo que falhe, ELE não se cansará, aguardará pacientemente pelo seu despertar.
Olhando para Jesus, Buda, Francisco de Assis, Chico Xavier e outros luminares que nos presentearam com suas lições, conseguimos compreender com mais clareza o significado de manter a sintonia com Deus, mas, ao mesmo tempo identificamos um abismo que nos separa dessas almas tão puras. 
Alguns irmãos não se acham dignos ou ficam desanimados com o longo caminho que deverá ser percorrido para vivenciar tamanha sintonia com o Pai, mas, porque a pressa em alcançar tão grande estado de alma? 
Porque não caminhar nessa direção, sem esmorecer, aproveitando cada passo, vibrando com as pequenas vitórias interiores e acreditando que sua sintonia com o Pai fica cada vez mais forte. 
Mesmo que não alcance a evolução espiritual desses grandes irmãos posso afirmar que grande paz alcançará o seu coração em breve tempo se você estiver no caminho correto, uma onda de felicidade o envolverá sempre que estiver em sintonia com o Pai, mesmo em estado de evolução inicial ou intermediário.
Ninguém será esquecido na grande obra do Pai, todos podem se renovar,independente do ponto de degradação que chegaram, não deixe para o futuro ou para a próxima vida o que você pode iniciar neste momento. 
O momento de agir para se renovar é agora!
A meditação interior, a valorização da vida, a lembrança de momentos felizes também são formas de manter-se conectado com a fonte da vida, por isso, acostume-se a dedicar alguns momentos durante o dia ou na semana para refletir, lembrando dos momentos de grande alegria para o seu coração, veja-o quadro a quadro, lembrando detalhes e sensações positivas e agradáveis.
Você também já parou para pensar se o mundo se transformou em lugar tão ruim quanto você imagina? 
Será que realmente não existem mais motivos para viver a felicidade que antes o envolvia? 
Ou, na verdade, o mundo exterior pouco se modificou e o seu mundo interior encontra-se desequilibrado, cheio de orgulhos, exigências e preocupações?
Manter a sintonia com a fonte infinita de amor é sentir-se bem em qualquer situação, é acreditar, acima de tudo, que "Lá, em algum lugar, muito além, existe alguém, alguém que te ama, que se alegra com suas vitórias, que por ti torce com todas as suas forças e nunca desistirá, até que você percorra a última milha do seu caminho espiritual."
Mas, como podemos manter a sintonia mental com Deus?
Você deverá encontrar a forma que mais se adequa ao seu temperamento, as suas necessidades e ao seu estado evolutivo. 
A prece é o ponto de partida para todos, é a rede lançada ao infinito, na esperança da pesca abundante e ela o presenteará de acordo com sua habilidade, conquistada através de empenho e dedicação, conforme ensinado por Jesus a Pedro em uma das passagens do evangelho.
Mas o resultado da pescaria por si só não resolve os problemas que o levaram a profunda tristeza, a prece é o alimento para sustentar a paciência e a coragem, perseverando na busca e não desistindo da luta. 
Muitas vezes o problema não poderá ser resolvido instantaneamente, mas se você estiver em sintonia com a fonte de sabedoria ELA o ajudará a "contornar" as pedras do caminho.
A freqüência a grupos religiosos, de meditação ou que praticam a solidariedade é muito importante também para manter a sintonia. 
O convívio com pessoas que compartilham deste ideal trazem influencias positivas e o ajudarão das mais variadas formas.
A solidariedade aos menos afortunados também o ajuda a conhecer dificuldades vivenciadas por outros espíritos, amenizando as dores por eles vivenciadas você acaba por ajudar na própria cura.
Irmãos, que possamos fincar de forma definitiva a âncora da fé pura nas profundezas da alma, afirmando de uma vez por todas nossa intenção em alcançar a cura integral da alma.

Fique com Deus,,, porque Deus sempre está com Você.
Bons Pensamentos, Bons Sentimentos, Boas Palavras, Boas Ações, Boas Vivências!  

Milton Cezar Rosa

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

E para pensar..

Sabedoria é mais do que aquilo que sabemos. 
É o que fazemos. 
Informações não significam nada a não ser que sejam compreendidas
e reconhecidas como verdades, e que se tornem estímulos para
nossas mudanças de consciência, 
mas com palavras e ações de ajuda, de amor, 
não de mágoas e ressentimentos com nosso próximo. 
Façamos valer em nossas atitudes o ensinamento: 
"Amai-vos uns aos outros..."
Compreendamos que, se viemos do amor é para realizar o amor entre nós. 
Mas aquele amor que Ele nos ensinou: 
o amor que respeita, que é compreensivo,
tolerante, paciente, e, acima de tudo, que perdoa quando
"eles" não sabem o que fazem.

Um abraço e saúde

Valdir

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

NECESSIDADE DE AUTO-EDUCAÇÃO (Renovação Mental)

(Estudado no livro “Evolução para o Terceiro Milênio – Carlos Toledo Rizzini)

Já conhecemos os primeiros elementos básicos do significado da vida, seu sentido, seus objetivos. Tudo parece mais claro, pois creio que já compreendemos que estamos aqui para evoluir através de um processo de transformação. Somos espíritos eternos em evolução e nosso compromisso é modificar o que somos naqueles aspectos de nossa conduta que reconhecemos contrários aos propósitos da vida. Pois já entendemos que a vida não é má e a ninguém ela castiga, apenas devolve nossos desacertos que precisam reparados, através de fatos, situações, ou de outras pessoas (familiares, amigos, etc.), que experimentamos. O importante é compreendermos que a clareza dessas verdades nos conduzirão a uma vida melhor, mais feliz, desde que venhamos a assumir nossa herança, o que nós mesmos construímos em nós, nesta vida ou nas vidas que já vivemos.
Tudo na vida quando se trata de progresso, na verdade, se resume em duas palavras: reforma moral.
Já sabemos que o universo é regido por um conjunto de princípios,  ou leis, que funcionam automaticamente. E essas leis são claras quando nelas compreendemos que homens e mulheres são espíritos imortais, encarnados, em trabalho de auto-aperfeiçoamento, que objetiva alcançar uma vida mais ampla e feliz. E, as leis, ao natural, promovem as condições adequadas e a pessoa vai sendo empurrada, queira ou não queira, para frente, seja como for – com dor ou não. Com exigências que nem sempre conseguimos compreender quando isso ou aquilo está acontecendo conosco. Na verdade, são nossas decisões se expressando. É a lei em atividade na nossa vida, pois ela vem gravada em nosso íntimo.
Como espíritos que somos, precisamos percorrer a estrada do progresso intelectual e moral, ou da inteligência e sentimento - conhecimento e sabedoria, amor e virtude. E este caminho é uma necessidade para nós, sabemos disso mesmo que não reconheçamos.
Podemos criticar a lei, temos o livre-arbítrio, mas temos a responsabilidade por nossas ações, atitudes, escolhas e decisões – amar ou odiar; harmonizar ou profanar; apaziguar ou guerrear; resignar-se ou revoltar-se; perdoar ou condenar; etc.
É preciso pensar, com clareza, se queremos permanecer nos velhos caminhos, ou nas velhas crenças e valores, ou admitir que não estamos bem, que não estamos felizes, que as coisas (na família, na vida material, na saúde, na profissão, nos relacionamentos), não estão dando certo, que algo está doendo dentro de nós. Que nossa maneira de ser precisa ser repensada.
Está na hora de percebermos que renovar a mente, aperfeiçoar o espírito, desovar os entulhos dos medos, incertezas ou inseguranças, que carregamos em nós, é o que nos libertará das angústias e sofrimentos de toda espécie. 
Está certo! O que levou séculos, quantas vidas quem sabe,  para enraizar-se no espírito, daí não sairá de um dia para outro, somente a golpes de boa vontade. Haverá sempre vitórias e derrotas, e a caminhada é árdua, mas chega um momento que tudo parece ficar mais leve, mais manso e suave na nossa vida. As coisas que aconteciam antes, passarão a dar uma sensação de liberdade, já não nos cansam nem nos machucam tanto. Aqueles conflitos morais, íntimo, entre o que éramos e o que gostaríamos de ser já não nos angustia mais. Já sabemos como lidar com eles.
A instrução transmitida por outros é útil, mas não deixa de ser simples auxiliar para aqueles que despertam no reconhecimento de que algo precisa ser feito para que a vida em todos os sentidos passe a ser melhor. Quando percebemos que aquilo que vamos aprendendo mexe em alguma coisa dentro de nós a consciência do conhecimento agita nossa vontade. Passamos, então, a buscar novos elementos para uma compreensão mais profunda de nós mesmos – o estudo e a fidelidade à lei do universo, às leis da vida, e passamos gradualmente a perceber que tudo está em nós, tanto a dor como o amor. Só precisamos escolher o que queremos para nossa vida e desenvolver, se auto-educar no sentido de construir o novo homem que desejamos ser.
Três condições são necessárias para essa libertação:
1ª -  O conhecimento de si mesmo – eu sou assim, penso assim..., me faz bem, e ao meu   próximo?
2º -  O conhecimento do destino – nada mais do reconhecer que seu momento, é resultado de si  mesmo.
3º -  O conhecimento das qualidades que lhe faltam - como eu gostaria de ser.
A receita é simples..., busque nos ensinamentos de Jesus, pois ele foi simples também:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” E entender o chamado: “Lázaro, levanta-te e anda”.
(Valdir – Agosto/2012)