sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A HISTÓRIA DA ÁGUIA

A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.
Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Então a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso vôo de renovação e para viver então mais trinta anos.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz.

sábado, 23 de outubro de 2010

A Nossa Oração... (estude e viva)

Senhor,
Neste momento queremos expressar nossa gratidão pela tua bondade.

Mesmo que às vezes esqueçamos de agradecer-te pelo teu amor por nós,
e pelas várias formas com que nos abençoa todos os dias,
agradecemos agora com nossa oração.

Obrigado pelo lar que temos, pelos nossos queridos em família e pelos nossos amigos.

Pela Terra que nos acolhe e nos permite a oportunidade da vida física, reparadora em seu sentido.

Obrigado Pai pela saúde e pelo luminoso caminha que esta Casa de amor nos oferece
e pelos Mentores que nos ensinam em nosso Grupo Estude e Viva, as verdades da vida.

Obrigado pelo nosso Anjo da Guarda que nos inspira para a realização de nossa missão, e que nos cuida para bem compeendermos e realizar o amor que trazemos em nós.

Mas sabemos do quanto às vezes somos dístraidos e inconseqüentes em nossas atitudes do
dia-a-dia, e descuidamos de praticar o amor, o respeito, a tolêrancia e a paciência, além da falta de
compreensão, tantas vezes, para com os irmãos ligados à nossa caminhada nesta vida.

Ajuda-nos Senhor com tua misericórdia a vencermos nossas fragilidades e limitações
e as nos fortalecer na fé e na prática divina do "Orai e Vigiai".

Ajuda-nos a compreender e honrar tuas leis com serenidade em nossos corações.

Principalmente nos momentos em que a vida nos apresentar os efeitos de nossa desatenção, através
dos reparos necessários que precisamos realizar,
resultados desta ou de outras vidas.

Obrigado Pai e Senhor da Vida,
por todos os Anjos amigos que colocaste junto para nos amparar e orientar.

Por todos que nos ajudam a responder com sucesso nossas tarefas nesta vida.

Ajuda-nos a compreender aqueles que contra nós
ainda guardam emoções passadas a nosso respeito.

Que, pelo amor, possamos reconciliar e harmonizar antigas causas que criamos.

E também, Senhor, ilumina nosso pensar para que nossas escolhas e decisões sejam sempre
construtivas, sustentadas pelo amor e voltadas ao nosso bem e de todos nossos amigos.

Que, nesta Nossa Casa, alcancemos a plena compreensão da sua missão de
"SERVIR AMANDO".

Obrigado Senhor!

( Valdir - Grupo Estude e Viva - Jan. 2009)

domingo, 3 de outubro de 2010

DOUTRINAÇÃO (O médium - O espírito comunicante - Quem doutrina)


Doutrinação consiste na orientação que se oferece ao espírito que se manifesta através de um médium ou de um sensitivo. De forma ampla considera-se “doutrinação” o ato de dirigir palavras de esclarecimento e de conforto a criaturas encarnadas ou desencarnadas, à luz da Doutrina Espírita. Assim, segundo este conceito, todos estaremos doutrinando quando, em qualquer circunstância, estivermos praticando tais atos. Não deve ser um discurso doutrinário ou uma cobrança moral da conduta daquele a quem estiver sendo dirigida a orientação. Não deve acusar nem criar medos ou inseguranças para aquele que se encontra sofrido, amargo, saudoso, em desespero, confuso ou sem rumo, sem saber onde está e o que deve fazer para melhorar.
Deve-se considerar o seguinte:

1. Dos doutrinandos:
Para bem realizar a tarefa de doutrinação, é recomendável primeiramente identificar seu estado mental e psíquico.
  1. Estados Mentais – Pode-se classificar as criaturas como mentalmente aptas ou inaptas, de acordo com as seguintes considerações:
- Mentalmente Aptos: Todos os que dispõem de raciocínio lúcido, muito embora possam estar vivenciando estados psíquicos adversos.
- Mentalmente Inaptos: Incluem-se os excepcionais negativos, os dementados, os limitados em sua capacidade de raciocínio. Todos eles, tanto encarnados quanto desencarnados, são criaturas não acessíveis (em sua consciência cerebral) às argumentações ou aos estímulos de ordem racional. Para ajudá-los deve-se recorrer ao envolvimento silencioso, à prece envolta em compaixão e fortalecida pelo desejo profundo de “servir amando”.
  1. Estados Psíquicos – Dos mais freqüentemente encontrados, pode-se mencionar os seguintes:
- Portadores de Idéias Fixas de Vingança: Criaturas desencarnadas cujo mundo mental reduziu-se às idéias de vingança, sendo por esta razão denominados obsessores. Tal fixação é sempre decorrente de traumas provocados pela ação dos que hoje vivem o papel de vítimas (obsedados). A ação obsessiva pode ser exercida com maior ou menor grau de sutileza, dependendo da capacidade mental dos obsessores.
- Exaltados: Criaturas encarnadas, emocionalmente destemperadas, que se entregam a paixões e/ou ódios, comprometendo seu equilíbrio e o das pessoas de que se apaixonam ou a quem odeiam. Muito embora não se enquadrem na categoria de criaturas portadoras de idéias fixas, os exaltados podem desencadear processos obsessivos (tornam-se obsessores vivos, encarnados).
- Portadores de Disfunções Coercitivas: Nesta categoria, de forma simplificada, incluem-se encarnados e desencarnados portadores de fobias e/ou de manias. São vários os tipos de fobias e de manias que as criaturas podem apresentar. Todos eles exigem, para sua eliminação, tratamento em geral prolongado. As técnicas regressivas utilizadas pelos espíritos que dão cobertura aos trabalhos de atendimento aos desencarnados podem acelerar o processo de cura (especialmente no caso de portadores de fobias).
  • Egocêntricos: Criaturas que cultuam seu ego, cultivando posturas que denotam orgulho, vaidade, egoísmo, prepotência, etc. Tais pessoas (encarnadas ou desencarnadas) costumam aferrar-se a preconceitos e/ou valores, dando origem a perturbações no meio em que se inserem.
  • Quando desencarnadas, elas podem continuar ligadas aos locais em que viveram (onde ficaram seus bens), ou às pessoas com quem conviveram (em ligações afetivas dominadoras).

- Viciados: Criaturas fragilizadas psiquicamente, que se tornam dependentes de estímulos químicos ou de satisfações emocionais e que, assim, causam dificuldades de convívio, especialmente em seu meio familiar. Quando desencarnados, os viciados podem tornar-se parasitas de encarnados portadores de dependências afins, podendo originar processos obsessivos não cármicos (não devido a vidas anteriores).
- Dependentes não Viciados: Entre os diferentes tipos de dependências não decorrentes de viciação, pode-se considerar as criaturas com limitações físicas mais ou menos severas, que necessitam de ajuda permanente de seus semelhantes. Também, criaturas (encarnadas ou desencarnadas) de muita baixa auto-estima, que anulam sua capacidade de agir, procurando, em menor ou maior grau, a tutora alheia.
- Depressivos: Criaturas, encarnadas ou desencarnadas, que se tornam desinteressadas ou indiferentes a tudo, anestesiando sua capacidade de reação frente às circunstâncias normais da vida, deixando-se dominar pela apatia.
2. Dos Doutrinadores:
- Desses, espera-se atitude sempre fraterna, paciente e compreensiva para com encarnados e desencarnados.
- Espera-se dos doutrinadores, bem como de todos trabalhadores, o cumprimento das normas da Nossa Casa, evitando a introdução de práticas não compatíveis com as mesmas.
- Necessário que pratiquem constantemente o exercício da humildade, evitando exaltar seu ego, quer por seu conhecimento, quer por suas condições mediúnicas.
- Espera-se que exerçam a tarefa de doutrinadores todos os responsáveis pela direção dos diferentes trabalhos da Casa, incluindo-se também seus substitutos.
- Além dos dirigentes de trabalhos, podem colaborar na tarefa de doutrinação todos os trabalhadores que conheçam a Doutrina Espírita e que tenham experiência e sensibilidade necessárias para bem cumprir esta tarefa.

  1. Da Doutrinação:
- Conforme conceituado no início, a tarefa de doutrinação consiste em dirigir palavras de esclarecimento e de conforto à luz da Doutrina Espírita.
- Tais palavras devem ser expressas com lucidez e sensibilidade, identificando as necessidades e respeitando os limites das criaturas a quem são dirigidas.
- É preciso evitar julgamentos e cobranças e/ou provocar medos e inseguranças.
- É necessário estimular a reformulação de velhos hábitos, a libertação das amarras mentais que anestesiam a vontade de viver plenamente a vida.
- Pelas peculiaridades, distingue-se a doutrinação feita a encarnados e a dirigida a desencarnados:
a) Doutrinação a Encarnados
A doutrinação a encarnados é feita especialmente nos Grupos de Renovação e nos trabalhos de Orientação, em que as pessoas têm a oportunidade de falar sobre seus problemas vivenciais.
É conveniente que o doutrinador tenha visão doutrinária dos problemas mais comuns ao viver dos encarnados.
É conveniente, também, que o doutrinador tenha alcançado razoável grau de coerência entre o que prega e o que faz, para abordar com autoridade tais problemas. Aqui certamente não cabe o dito “faça o que eu digo e não o que eu faço”. Somos permanentemente observados e devemos dar o exemplo correto de conduta.
É preciso lembrar aos doutrinandos que a única forma correta de encarar os seres que nos cobram, é a de os aceitarmos como nossos filhos, nossos dependentes, na verdade nossos parceiros de evolução.



    1. A Doutrinação a Desencarnados
É tarefa comum a todos trabalhadores oferecer amparo e ajuda pelos sentimentos cristãos de fraternidade, além de orientação e esclarecimento pelos ensinamentos da doutrina.
O médium de incorporação deve ter participação ativa nos trabalhos de doutrinação. Tal participação consiste em dar limites aos espíritos manifestantes, especialmente os que têm idéias fixas e os exaltados.
4. Da Abordagem
O Doutrinador deve:
  • Dar a manifestante oportunidade de externar seu estado, sua realidade atual.
  • Usar de sua capacidade de percepção para identificar as necessidades mais urgentes do espírito manifestante.
- Alertar o médium caso este esteja cedendo à exaltação do comunicante.
  • Discernir os casos em que o médium aproveita a incorporação para liberar seus impulsos pessoais reprimidos.
  • Auxiliar os médiuns que entram em transe anímico (manifestam personalidades que já viveram ou o seu inconsciente), tornando-os conscientes deste fato.
  • Esclarecer aos espíritos manifestantes que a Nossa Casa os deseja ajudar, sem no entanto atender a seus hábitos adquiridos em outros locais onde se manifestavam.
  • Manter atitude calma e respeitosa, mesmo diante de insultos.
  • Dirigir a palavra ao manifestante usando linguajar simples, claro e direto.
  • Manter ligação permanente com os espíritos que dão cobertura ao trabalho, recorrendo à prece coletiva nos caos não acessíveis à argumentação racional.
  • Favorecer o desgaste dos impulsos negativos de espíritos não acessíveis à argumentação racional.
  • Promover a transferência do espírito manifestante, quando este incorporar em paciente em atendimento ou em trabalhador menos experiente (que ainda não aprendeu a administrar e frear os impulsos que recebe), para médiuns mais aptos.
  • Sugerir aos seres em atendimento que se deixem conduzir pelos espíritos que os estão assistindo, para ambientes astrais em que poderão receber tratamento.
  • Conduzir a manifestação de seres infra-humanos (Exus), auxiliando (a eles e aos médiuns) a se manterem dentro dos padrões adotados pela Nossa Casa, respeitando seu jeito de fazer sua liberação mas orientando como pode fazer melhor.
Considerações Gerais:
A doutrinação deve informar, esclarecendo e orientando o espírito presente em sua sensibilidade. Deve ser expressa com amor, sinceridade, respeito, com paciência, humildade e compaixão por aquele que sofre, por aquele que está desorientado e carente de ajuda e que, muitas vezes, não sabe de seu real estado.
Suas atitudes, comportamentos e emoções não devem ser objeto de qualquer tipo de cobrança ou crítica e sim de compreensão, respeitando suas razões que podem estar corretas mas incorretas em suas ações decorrentes.
Deve lhe ser mostrado, por indução mental, que existe um caminho para libertar-se do sofrimento e encontrar paz e harmonia. Para isso deve lhe ser lembrado os princípios da doutrina divina, das leis da vida.
As frases ditas a ele devem ser simples, claras e amorosas, mas firmes e objetivas para não se tornarem cansativas. Sempre evitar o “falar excessivo” que cansa e confunde.
O médium deve saber escutar o que o espírito tem a dizer. É importante deixá-lo falar de suas emoções ou razões e só então, após esse esgotamento, expressar a orientação.
Pela sua proposta de vida antes de encarnar, o médium tem um campo psíquico preparado e próprio para o exercício da mediunidade.
Este campo envolve o espírito no momento de sua comunicação, diminuindo e transformando sua carga negativa, gerando para ele um bem estar. Isto ocorre enquanto ele faz a depuração de suas emoções e sentimentos desequilibrados, falando de sua dor, ódio, desespero, confusão e de sua eventual fixação afetiva, limpando seu campo mental e trazendo ele a um novo pensar.
Os espíritos comunicantes, as entidades que se manifestam, devem ser condicionadas e disciplinadas com frases curtas, firmes e positivas, como se fosse uma voz de comando, sem gritos, com respeito e compreensiva ternura.
Quando o espírito pedir algo para atender a seus hábitos passados ou necessidades do momento (às vezes compromissos firmados com algum encarnado, nesta ou em existência passada), esclarecer que a Nossa Casa é uma casa de amor e que aqui existe a oportunidade de libertação, sem a dependência a que foi condicionado no passado. Mostrar-lhe que poderá ficar nesta Casa se assim desejar, aceitando seus princípios e libertando-se. Se aqui permanecer, será acolhido, ajudado e protegido.
Os obsessores cármicos, muitas vezes espíritos muito inteligentes, são aqueles que tem com o paciente um vínculo através do tempo. Pelos atos de desamor em existências anteriores, têm gravado na sua mente, como memória permanente, as lembranças que os fazem odiar e sofrer, permanecendo na busca de vingança e distanciando-se de qualquer hipótese de paz e harmonia, o que não lhes permite esquecer ou perdoar. A estes oferecer o esclarecimento de que a vida tem seus mecanismos próprios de ajustes para aqueles que fraudaram a Lei da Harmonia.
A Lei do Karma e da Causa e Efeito se fazem cumprir naturalmente, mas não devemos ser os seus instrumentos sob pena de criarmos um ciclo interminável de causas, efeitos e novamente causas, e que devem entregar e confiar ao Senhor da Vida o destino de quem os feriu, mas jamais participando como vingadores. Que somente o perdão ou o esquecimento lhes trará a tranqüilidade e a paz perdida. Lembrá-los do ensinamento de “... quem com espada fere, com espada será ferido”.
Na abordagem ao espírito, além de uma atitude mental amiga, frases simples e simpáticas podem ser a melhor recepção ao irmão que chega:
  • Esta é uma Casa de Amor, a Nossa Casa que também é tua.
  • Em que podemos ajudá-lo?
  • O que o amigo precisa?
Há também os suicidas que se manifestam com intenso sofrimento em razão do ato cometido. Aqui o doutrinador deve ter extremo cuidado, amor, compreensão e respeito, sem julgar o ser mas oferecendo o amparo de amigos do espaço e de luz para seu repouso e recuperação.
Destacamos que médiuns inconscientes praticamente não existem. Portanto todos têm, certamente, consciência do que acontece num atendimento espiritual. O que ocorre é que há situações mais complexas em que o médium pode não ter o devido equilíbrio, permitindo-se ser envolvido de corpo e alma e até transferindo para o espírito muito de sua própria angústia, sofrimentos próprios, criando dificuldades para o atendimento. Até alguns pacientes muitas vezes incorporam, às vezes criando dificuldades por não terem o conhecimento e o treinamento que ajudam a controlar com equilíbrio o espírito que se comunica. Sentem que existe um impulso que os invade procurando dirigir e comandar seu comportamento – nas suas sensações físicas e na sua mente formam-se idéias, frases e emoções. Têm, ao mesmo tempo, consciência de onde estão, sentados à mesa ou no chão, sabem que estão numa sala e de quem está ao seu redor.
O médium funciona em dois ou mais níveis de consciência – estando incorporado sente o espírito, sabe que está sentado, podendo ainda ver as cenas do passado em que se acha envolvido o espírito comunicante. O doutrinador, por sua vez, aqui coordena o condicionamento mental do médium, em seu segundo nível de consciência, para que ajude, relaxando, controlando-se, que atenda a voz que o direciona e que não perca a consciência, mantendo-se senhor da situação.
O médium pode receber ainda, ao invés de espíritos, o mental ou emocional de um ser encarnado. Esta ligação é feita para auxiliar aos que tem bloqueios psíquicos, que não conseguem falar ou chorar, fazendo a limpeza, o esvaziamento do estado que aflige o paciente no momento.
Com as duas mentes ligadas, o doutrinador deve pedir ao médium que envie mensagens positivas de estímulos, gravando no mental do encarnado que está conectado com o seu, uma nova atitude mental e pensamentos sadios.
Há médiuns que dificultam as manifestações pelo tipo de personalidade do espírito: aos opositores nenhum argumento serve; os agressivos fazem barulho, se debatem e não controlam o nível das expressões; os inseguros e medrosos podem tornar a manifestação bastante demorada. Nessas situações informar que serão atendidos por uma equipe espiritual se assim quiserem, uma vez que não estão permitindo um diálogo equilibrado.
Os espíritos ligados pelo karma, com fortes sentimentos de ódio, muito raro se deixam sensibilizar nos primeiros contatos, não se desligando de imediato de seus antigos algozes agora encarnados.
Os atendimentos nas salas de passes, ou em grupos de crises, abrandam a situação aguda do paciente higienizando seu campo áurico, diminuindo o acesso e a influência do obsessor, sem contudo desfazer a ligação quem sabe há tanto tempo presente. E isto precisa ser compreendido como decisão dele. Ao orientador compete convencê-lo, sem imposição, a que pense na proposta. A orientação deve conter as mesmas propostas abordadas, explicando ao espírito o mal que faz a si mesmo.
O passe, o atendimento espiritual, é uma ajuda mas não uma solução. Assim, com indução mental, orientar para que o ser se acalme pois está sendo socorrido por um amigo. Que, se aceitar, será levado a um novo lugar, de paz, onde poderá repousar e onde será amparado na sua dor, o que ajudará o espírito a se desligar do contato com o médium e se retirar para ser tratado no plano espiritual.
Existe a obsessão ocasional, não cármicas, em que são atraídos espíritos pelo tipo de conduta negativa do encarnado, como os vícios, os maus pensamentos, os comportamentos degradantes, etc., e que só são resolvidos com a mudança de conduta do encarnado. Uma adequada orientação ao espírito envolvido é a de que ele é livre para fazer novas experiências e de que pode se fazer melhor e se libertar das fixações do passado aceitando conhecer locais de recuperação no mundo espiritual.
A incorporação subentende que o espírito é emoção e pensamento e o médium é as palavras (Dr. Inácio Ferreira, no livro “Fala Dr. Inácio”).
O médium sendo equilibrado, treinado, seguro, conhecedor dos princípios básicos da Doutrina Espírita, sempre terá uma incorporação controlada, evitando a linguagem vulgar e movimentos que possam agredir, ou colocar em risco a si próprio e aos companheiros de trabalho.
Manifestações mais difíceis, que apresentem riscos ao médium, devem ser conduzidas para o chão, deixando que o ser se debata até que canse, mas cercando-o de amorosa segurança. Tanto por interferência do médium ou grande sofrimento do espírito, quando os argumentos não surtem efeito, a prece e a firmeza da corrente energética do grupo são de grande ajuda, além do amparo e carinho mental com o espírito.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida...” assim deve ser a atitude mental do orientador e do médium, e como devem se posicionar em seu comprometimento mediúnico ao assistir um espírito que chega, mesmo sem ele se reconhecer e admitir, no profundo de si mesmo, que está em busca da libertação de suas dores. Na sua proposta de fraternidade aos desajustados, sua pureza de intenção, de amor e compreensão, é o novo caminho oferecido, por isso “o médium, o doutrinador, é o caminho”. Seu conhecimento das leis da vida, da doutrina e dos ensinamentos de Jesus, que sustentam a orientação, é a nova verdade oferecida, por isso “o médium, o doutrinador, é a verdade”. A libertação, a proposta de uma experiência com amor, com novas atitudes, é a nova vida, por isso “o médium, o doutrinador, é a vida”. Tenha sempre em mente que o sentimento ampara e ajuda, a razão orienta e esclarece.
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Estas considerações não esgotam, absolutamente, o assunto, tão delicado e tão importante para nosso trabalho espiritual, de “SERVIR AMANDO” a nossos irmãos encarnados e desencarnados. Impõe permanente atitude mental de reflexão e estudo das Leis da Vida e da Doutrina que abraçamos. Pureza em nossas intenções, buscando realizar em nós o amor do Pai que nos criou. Colocando na prática de nossa vida o grande ensinamento ... “Amai-vos uns aos outros...”.

(Trabalho desenvolvido por Remo e Brandão, com colaboração de Valdir - Junho/Agosto 2006 – Revisão Abril/2008)