SOBRE UMA QUESTÃO A RESPEITO DAS CARTAS DE CRISTO

Pergunta:

Como liberar-me dos bloqueios emocionais que não me permitem fazer contato com Deus plenamente? Compreendo que tenha feito algo antes em minha vida que foi a causa desta situação. Porém, gostaria de conhecer o melhor método de livrar-me desses bloqueios emocionais, com a finalidade de sentir a presença de Deus comigo mais completamente e para que eu me torne uma pessoa mais amorosa (mais livre).

Resposta

Não, você não fez nada em sua vida para criar bloqueios emocionais. Cristo explicou como nós somos feitos espiritual, mental, emocional e fisicamente. Todos estes estados interpenetram-se mutuamente - o espiritual flui através do mental, o mental através do emocional, o emocional através do corpo físico. Não se pode separar um estado de ser do outro, porém deve-se compreender que depois da concepção o espírito trabalha através do Ego para construir e desenvolver a personalidade eletromagnética e o corpo, desde bebê até adulto. O Ego é dado aos seres vivos para assegurar a sua sobrevivência - e a primeiríssima coisa que preocupa o Ego - é como viver comodamente, sem estresse. Isto faz com que todos os seres vivos olhem para si mesmos e para fora, para averiguar como o melhor bem-estar pessoal pode ser alcançado. O Ego defende você do menosprezo externo, dores etc. e faz tudo para atrair as coisas que você quer. Um Ego super-ativo pode desencadear violência, roubando, matando, etc., enquanto outro Ego pode estar somente pensando em si mesmo constantemente - sobrando pouco tempo para pensar o que outras pessoas estejam necessitando ou sentindo. O Ego está sempre centrado em si mesmo e em suas necessidades e isso domina a maioria das pessoas. É o Ego que separa você de Deus. Não há nada que tenha feito em sua vida que possa separá-lo de Deus - todo o seu estilo de vida vem construindo os bloqueios emocionais através do exercício do Ego. Isto não é pecar - é um processo natural, - mas quando você compreende que além do estado físico há um estado espiritual criativo de Deus - então a sua mente racional adulta consciente deve tentar tomar o controle de todos os seus pensamentos e reações, constantemente avaliando, medindo as necessidades das outras pessoas em comparação com as suas próprias. Constantemente, você deve procurar transformar os seus pensamentos autocentrados em outros de cuidado, compaixão, amorosidade para com os demais, como você gostaria que eles cultivassem pensamentos compassivos, bondosos, afetuosos e de boa vontade em relação a você. Quando você se sente fechado e não conseguindo expressar o que gostaria em amizade e amabilidade, deve levar o problema à Consciência Divina, Deus, e pedir ajuda. Para absorver a entrada da Consciência Divina e crescer em espiritualidade, você deve realmente tentar meditar - simplesmente abra a sua mente e coração à Consciência Divina - ou Deus, se preferir, e procure esvaziar completamente a sua mente de todo pensamento. Entre em silêncio e assim permita que a Consciência Divina flua em você. Se você fizer isto, estará literalmente construindo uma linha de comunicação com o Divino e as respostas fluirão em sua consciência quando menos espera - não necessariamente enquanto você medita e reza. A mudança em você pode ser gradativa - você pode achar que não está progredindo, porém no final de um ano, ao olhar para trás perceberá que as suas reações se tornaram mais tranquilas e mais amorosas. Sentirá compaixão com mais facilidade, verá os pontos de vista dos demais mais facilmente. Estará menos crítico. É disso que se trata a automaestria. Ter o controle de seus pensamentos e reações até que, pouco a pouco, os seus velhos hábitos de reações estejam superados e você seja uma personalidade humana diferente. A sua alma procede diretamente da Consciência Divina, e conforme você supera o seu Ego, sua alma pode cada vez mais atravessar os bloqueios emocionais e sussurrar a você, e, quando o permitir, assumirá o controle de seus pensamentos e reações. Quando isto ocorrer, a mesma natureza da Consciência Divina brilhará através de sua personalidade humana e dará a você alegria e um sentido de amorosa boa vontade em direção ao mundo inteiro.

(Ego [do latim ego] – 1. O eu de qualquer indivíduo. 2. Sentimento da própria importância.)

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O HOMEM DO DESEJO (Livro do Filósofo Saint-Martin – 1790 – o Filósofo Desconhecido)

Idéia Central:

• Deus não exige mais do que fazer uma aliança com o homem.
• Mas quer que seja somente com o homem, sem que se misture com tudo aquilo que seja fixo, somente com aquilo que seja eterno no homem, com o espírito que é o homem, como Deus, à sua imagem e semelhança.
• Deve o homem, então, trabalhar para limpar de si toda impureza.
• Deve passar por um processo de cura, sair do homem velho que não está dando certo. Sair do homem que se construiu em si, e por si mesmo, sem se modelar nas leis divinas.
• É como uma gravidez espiritual pela qual o Homem de Desejo (vontade de ser livre), o homem novo fará por si mesmo o renascer, e reencontrar o estado de pureza que teve no seu princípio, na sua criação.
• Essa gravidez passa por etapas e passa pelo sistema de nascer, morrer, renascer.
• É a ressurreição do homem real que sai da sombra para a luz.
• O renascimento desse homem não é outra coisa senão o desenvolvimento e a manifestação do homem primordial, perfeito em sua plena capacidade.
• Nenhum movimento nesse processo escapa sem ser feito, sem que nele se pronuncie, intimamente, a frase:

                                    “Lázaro..., levanta-te!”

           

            É no ser humano que o criador expressa continuadamente esta frase.

            Para esse filósofo, Deus escolheu para si mesmo um santuário único – o coração do homem. E ali se oferece ao homem para que este consiga purificar-se e construir-se em suas fontes sacramentais através das quais será sustentada sua “igreja” (Sua verdade).

            Existem duas portas no coração do homem: uma inferior que dá acesso aos inimigos; a outra, superior, através da qual ele pode dar acesso ao anjo que é seu guia à luz divina.

            As maravilhas da vida, de Deus, estão no coração do homem à espera que o homem as revele em si mesmo, permitindo-se ser conquistado pelo amor, pela paz, pela harmonia, pela verdade, e libertar-se de tudo que o aprisiona – então, verdadeiramente, será livre.

            É quando o homem, enfim, se reconhece em Deus.

                                                                                     (Interpretações: Valdir – Junho/2012)