terça-feira, 15 de maio de 2012

MÉDIUNS - SEMIDEUSES?!

Numa época na qual, infelizmente, existem muitos médiuns por aí, no Brasil e do Brasil para o mundo, considerando-se na condição de... “semideuses”, vale a pena meditarmos em alguns trechos da página intitulada “O Médium Ideal”, que Odilon Fernandes, devotado amigo da Vida Maior, escreveu em seu mais recente livro: “O Transe Mediúnico”:
“É inegável que, do ponto de vista intelectual, os espíritos prefiram como médiuns aqueles que lhes possam atender às expectativas para o que pretendem transmitir. Porém, entre um instrumento intelectualmente bem equipado, mas destituído de coração e outro com nítidas limitações intelectuais, todavia rico de sentimentos, escolhem o segundo.
Estamos, é óbvio, referindo-nos aos espíritos que dão mais importância à essência moral de suas palavras do que à transmissão de meras informações de além-túmulo.
Os Evangelistas que registraram as lições de Jesus, com exceção de Lucas, que era médico e detentor de vasta cultura para a época, eram pessoas de parcos conhecimentos. Por este motivo, o Evangelho foi escrito mais direcionado ao coração que à inteligência dos homens, como, aliás, carecia de ser, pois a necessidade humana mais premente é melhorar os próprios sentimentos.
O Cristo veio ao mundo para edificar o Reino Divino a partir do coração das criaturas e não propriamente de seu cérebro.
É preferível um médium que ama a outro que apenas conhece.
Sempre há grande risco de os médiuns cultos se elitizarem, distanciando do povo a palavra do Consolador.
Não estamos, com isto, promovendo a apologia da ignorância; não obstante, não nos interessaria, na condição de instrumento, um médium insensível às necessidades de seus semelhantes.
A Mensagem Espírita não deve intelectualizar-se excessivamente, olvidando que a carência básica da criatura é de conforto espiritual e de encorajamento diante das lutas que faceia.
O melhor médium é o que atenda os Espíritos Superiores, tanto no que diz respeito ao intelecto quanto ao sentimento.
Chico Xavier era a síntese do médium ideal, porque o sabia ser pela inteligência e pelo coração!
Se os médiuns que se isolam com suas produções mediúnicas se dispusessem a frequentar as casas espíritas e participar com os demais companheiros das diversas frentes de batalha pela vitória definitiva da Luz, as Trevas não se mostrariam tão ameaçadoras para as tarefas incipientes da Doutrina.
O problema é que, sem perceber, diversos medianeiros vão “fazendo escola”, influenciando outros com suas atitudes elitistas, criando uma espécie de casta não-comprometida com a Causa, senão do ponto de vista teórico.
O Espiritismo, na revivescência do Cristianismo, está necessitando de médiuns que não apenas empunhem a caneta ou elevem a voz das tribunas, mas também arregacem as mangas. (...)
E, com a permissão de Odilon, acrescento: de médiuns menos afetados, mais bem educados e, sobretudo, que tenham consciência de sua insignificância!
 
INÁCIO FERREIRA
Uberaba - MG, 23 de fevereiro de 2010.

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